Domingo, 20 de Maio
Eu ia-me orientando com o que podia mas as saudades, a angústia e o desespero iam tomando conta de mim.
À noite observava as estrelas na esperança de vir alguém me salvar.
Pensava em mim, no Ryan e na minha família e por vezes não me contia com as lágrimas, a minha única companhia.
As águas reflectiam tanta emoção quanto a que pairava na minha cabeça. A minha vida deslizava para o abismo a cada segundo que passava, e se pensasse que iria morrer, o coração obscurecia tal como as noites cerradas nas profundezas daquela ilha.
Tinha pressentimentos que Ryan estava muito triste e desesperado por não me ter conseguido salvar.
Eu estava muito debilitada e infeliz. O meu coração batia lentamente e friamente.
Tinha saudades das piadas do meu pai e do Jacob, dos abraços e beijos longos de Ryan, do sorriso da minha mãe, dos conselhos de moda da tia Alice, dos passeios com tio Edward, dos jogos de basebol com o vovô e com o tio Jasper, dos bolinhos da vovó, das minha priminhas, da minha irmã e do meu irmão e de tudo neste mundo.
Mas algo de bom iria acontecer...
Foi numa manhã quente e soalheira, que naquela ilha passou um barco turístico. Acenei e abanei, uma espécie de bandeira, que eu própria criei com folhas caídas de uma palmeira esguia e verdejante.
O barco deu à costa e as pessoas ficaram espantadas por ver uma rapariga como eu ali perdida. Contei a minha história ao comandante e aos guias do barco e pedi que me levassem para casa.
Eles, muito simpáticos, fizerem-me o favor de me levar novamente para o meu cantinho, para junto da minha família.
Pararam junto do pontão. Eu desci do barco e agradeci-lhes mil vezes por me terem salvado a vida.
Andei pela floresta alegre, por me voltar a ter como visitante, e pelos longos caminhos, iluminados pelo Sol, que voltou a sorrir desde o meu desaparecimento.
Nessie olhou pela janela e vi o Sol brilhante como nunca e afirmou:
- Coisa bom há-de vir, não se preocupem, a Ashley deve estar bem!!!
Nessie tinha razão. Eu agora estava bem. Na viagem da ilha deserta para casa os senhores do barco deram-me comida e roupa lavada.
Cheguei à porta de casa e toquei à campainha.
- É ela... a Ashley voltou!!! - disse Ryan sentindo o meu cheiro e correndo para a porta.
Todos ficaram a olhar para ele, surpreendidos.
Ryan abriu a porta euforicamente e eu mal o vi abracei-o e beijei-o como se o mundo acabasse amanhã.
A minha mãe e a Cathy começaram a chorar, o meu pai e o tio Edward sorriram, tia Alice, Nessie, Allyssa e a tia Bella ficaram espantadíssimas, Jacob, Seth e Peter suspiraram de alívio e vovó e vovô abraçaram-se.
Ryan ficou ali à porta de casa a beijar-me com saudades por matar e felicidade por reencontrar.
Entrei, tomei um duche, troquei de roupas e maquilhei-me.
Todos esperavam por mim, ansiosos por saber como eu tinha sobrevivido, na sala.
Desci as escadas vestida assim:
A minha mãe abraçou-me e sussurou-me:
- Bem-vinda de novo a casa, minha querida!!!
- Obrigada mãe!!! - agradeci.
Sentámo-nos de novo e contei-lhes como foram os dias e como me salvaram.
Ficaram boquiabertos.
Finalmente a minha vida voltava ao normal ou não...
Ashley Mary Hale Cullen
Continua...
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