Se não fossem Nessie, Jacob e Seth, a salvar-me do afogamento, de certeza que hoje não estaria a escrever em ti, querido diário!!!
Mas mesmo assim tinha o coração magoado e partido em mil pedaços.
Mal os primeiros raios de sol iluminaram o meu refúgio (Quarto), levantei-me, fiz a minha higiene e vesti este vestido que, a tia Alice, teimou que eu deveria usá-lo naquele dia:
Desci as escadas envergonhada, pois todos olhavam deslumbrados enquanto tomavam o pequeno-almoço. Até a Leah Clearwater estava lá. A minha mãe inquiriu-me:
- Filha, estás linda, mas porque razão tens esse vestido, hoje???
Apontei para a tia Alice que fez um sorriso maroto.
- A tia Alice obrigou-me, só que eu não... - hesitei eu.
- Tenho disposição, para, hoje vesti-lo. - concluiu tia Bella.
- Exactamente, ainda bem que alguém está do meu lado. - sorri um pouco para a tia Bella.
- Mas podes fazer um esforço, só por hoje, Ashleyzinha??? Por favor??? - Implorou tia Alice, fazendo beicinho.
Aceitei, mas só por aquele dia, que para mim, iria ser tão vulgar como os outros.
Sentei-me ao lado de Leah e de Nessie.
No final do pequeno-almoço fui para o meu quarto ler um pouco. Senti arrepios estranhos e as veias congeladas.
Ao almoço, comi muito pouco. Logo após a refeição, fui ao jardim brincar com Kiko.
À tarde, a minha mãe, disse-me que hoje iria ser um dia muito especial para mim. Era surpresa!!! Uma surpresa de todos os que me amam.
Reagi à surpresa secreta, sem entusiasmo, pensando que nada iria trazer Ryan de volta.
Jantámos e no final o meu pai interrogou-me:
- Então, filha, hoje não vais até à floresta e até ao pontão???
- Não sei, se calhar vou, só para desanuviar e libertar-me da tristeza. - respondi eu inocentemente.
Calcei uns sapatos como estes na imagem abaixo:
Saí então de casa. Primeiro fui até à floresta. As árvores tinham folhas que deslizavam com a brisa fresca. O chão era húmido e quente. Era uma floresta escura e cerrada apenas com uma única luz: a Lua.
Cansei-me e tirei os sapatos. Levei-os na mão.
Durante o meu caminho, senti um cheiro familiar, mas não consegui identificar. Era intensamente caloroso e húmido. Caminhei até ao pontão. Avistei um grande e lindo lobo beje. Era Ryan. O seu pêlo cintilava à luz da Lua. Ele virou-se ligeiramente.
Quando os meus olhos fitaram os dele deixei cair os sapatos no chão de tábuas de madeira. Eu e ele tinhamos criado um código para eu o entender, quando ele estivesse transformado em lobo. Informou-me que se ia transformar para a forma humana. Virei-me para trás, já entusiasmada. Ele chamou-me e eu corri para seus braços e sussurrei-lhe:
- Porque é que te afastaste de mim??? Deixaste-me assim com esta tristeza, porquê???
Ryan apertou-me contra o seu peito. Senti o calor do seu abdómen e dos seus braços, a aquecerem o meu corpo frio e ileso. Havia uma brisa leve e fresca que pairava no ar. Acaricie-lhe a cintura e beijei-o docemente e sem hesitações. O sangue voltou a correr-me nas veias, o meu coração começou a bater alegremente e o meu rosto ganhava uma expressão feliz e apaixonada.
Passados poucos segundos ele murmura-me poeticamente:
- Isto vai sair um pouco piroso: A Lua fez-me uma pergunta. Interrogou-me dizendo: "Se pudesses escolher entre a Ashley ou um sorriso, o que escolhias??? Eu respondi que te escolhia, pois sem ti, não poderia sorrir!!!
Fiquei sorridente e emocionada com as suas palavras e encostei a minha cabeça ao seu peito.
- Estás diferente, estás mais lindo!!! - elogiei eu.
- Passou-se este tempo todo, e continuas a ser a minha bonequinha de estimação!!! - riu-se Ryan.
Agora percebia a ideia do vestido. Era para eu ficar deslumbrante para o meu reencontro com Ryan.
Com Ryan a vida fazia sentido. Valeu a pena esperar aquele tempo todo. Apenas eu e Ryan estavámos ali deslumbrados a olharmo-nos como se fosse a primeira vez e a conversarmos sobre o que tínhamos feito durante aquele tempo todo. Beijámo-nos e voltámos para casa muito contentes.
A família esperava-nos. Quando chegámos Peter e Ryan fizeram as pazes.
- Era esta a nossa surpresa, Ashley. Era o teu reencontro com Ryan. - afirmou a minha mãe.
Abracei-a e eu e Ryan agradecemos a todos. Ryan dormiu em nossa casa, num dos quartos de hóspedes. Divertimo-nos muito nessa noite jogando jogos de família, fazendo karaokes, tocando piano e cantando (a minha família diz que eu tenho muitos dons mas entre eles destaca-se o do canto).
O sentimento que me unia com Ryan era tão forte que parecia que eu também tinha tido um imprinting por ele.
Ashley Mary Hale Cullen
Continua...
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